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Sol de Inverno : seguido de vinte poesias inéditas / António Feijó ; introdução, biobibliografia e notas de Álvaro Manuel Machado

Main Author Feijó, António, 1859-1917 Secondary Author Machado, Álvaro Manuel, 1940- Publication Lisboa : Imprensa Nacional-Casa da Moeda, imp. 1981 Description 149, [6] p. ; 24 cm Series Biblioteca de autores portugueses Contents note Índice da obra disponível em suporte digital no separador "Imagens" Abstract «Por António Feijó (1859-1917) ter partido do modelo parnasiano vindo de França, podem-se evocar as palavras de Eça de Queirós, como António Feijó, influenciado no início da sua obra por um labor artístico rebuscadamente objetivo, a propósito em geral da influência francesa na literatura portuguesa desde o início da segunda metade do século XIX e em particular a propósito dos poetas parnasianos: "toda a intenção intelectual foi posta de parte e ficou a preocupação meticulosa, requintada da forma - duma forma que tivesse a extrema originalidade no extremo relevo. O sentir foi substituído pelo cinzelar; e uma estrofe, um soneto, foram trabalhados com os lavores, os polidos, os retorcidos, os engastes, as cintilações dum broche de filigrana, tendo apenas, como a filigrana, um valor de feitio, como ela agradável à vista, mas deixando o espírito indiferente. Estes homens chamaram-se a si mesmos os Parnasianos - e, entre nós, meridionais, que amamos o lavor e o feitio, o brilho, o luxo da forma, exerceram uma influência devastadora. A eles se devem esses estilos delirantes, que tornaram nestes últimos anos a poesia em Portugal uma coisa grotesca e picara.". Palavras justas? De certo modo. É evidente que grande parte da obra de parnasianos "puros" como Gonçalves Crespo, precursor do simbolismo programático de Eugénio de Castro, pouco nos diz hoje em dia. Há nela uma espécie de mecanicismo do belo em que o sentir e o pensar, mesmo quando afloram através da tessitura orgânica do poema, do "cinzelado", obedecem demasiado rigidamente a preconceitos formalistas, a malabarismos verbais datados e miméticos. Todavia, nem sempre essa obsessão formalista do belo, ou mais propriamente da beleza, assim exaltada, com maiúscula, como entidade instituída e imitação neo-pagã, prevalece. E é então que, na confluência de tendências várias, se impõe o valor duradoiro de um imaginário lírico contrapondo-se à aridez de uma moda estética passageira. Precisamente neste sentido é que deveremos abordar a obra de António Feijó no seu conjunto. De facto, o poeta assimilou do parnasianismo não a simples mania da beleza, mas o que esse seu lirismo total dele poderia colher e nela poderia transformar. A valorização atual da obra um tanto esquecida de António Feijó no seu conjunto e em especial de SOL DE INVERNO começa pela constatação da sua exemplaridade lírica. Poderá dizer-se que é em breves mas decisivas intuições do que de verdadeiramente novo houve na confluência das tendências da poesia portuguesa em fins do século XIX que está um António Feijó ainda hoje historicamente importante e, pela exemplaridade do seu lirismo, inesperadamente atual.» - (texto retirado da contracapa da obra) Topical name Fundo Local - Ponte de Lima - monografias
Literatura portuguesa - poesia - séc. 19-20
Poesia portuguesa - Ponte de Lima
Literatura local - Ponte de Lima
Literatura portuguesa
Geographical name Ponte de Lima - figuras limianas CDU 869.0-1(469.111.17) Cataloguer note Como referenciar: FEIJÓ, António - Sol de Inverno: seguido de vinte poesias inéditas. Lisboa: Imprensa Nacional-Casa da Moeda, imp. 1981
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Item type Current location Call number Status Notes Date due Barcode
Monografia Fundo Local
P.LIMA Reservado 4.4.40 Consulta local Oferta de Amândio Sousa Dantas E00601179000
Monografia Biblioteca Municipal de Ponte de Lima
FUNDO LOCAL 2.1.25 Consulta local E00601018576
Monografia Fundo Local
P.LIMA Reservado - 1.3.35 Consulta local Com carimbo da Fundação Gulbenkian. - Mau estado. - Brochado E00601111255
Monografia Fundo Local
P.LIMA Reservado - 2.1.180 Consulta local Bom estado. - Brochado (capa em mau estado) E00601036360
Fotocópia EB 2/3 António Feijó
A.L. 869.0-1 FEIJ Consulta local E00601071765

Índice da obra disponível em suporte digital no separador "Imagens".

«Por António Feijó (1859-1917) ter partido do modelo parnasiano vindo de França, podem-se evocar as palavras de Eça de Queirós, como António Feijó, influenciado no início da sua obra por um labor artístico rebuscadamente objetivo, a propósito em geral da influência francesa na literatura portuguesa desde o início da segunda metade do século XIX e em particular a propósito dos poetas parnasianos:
"toda a intenção intelectual foi posta de parte e ficou a preocupação meticulosa, requintada da forma - duma forma que tivesse a extrema originalidade no extremo relevo. O sentir foi substituído pelo cinzelar; e uma estrofe, um soneto, foram trabalhados com os lavores, os polidos, os retorcidos, os engastes, as cintilações dum broche de filigrana, tendo apenas, como a filigrana, um valor de feitio, como ela agradável à vista, mas deixando o espírito indiferente. Estes homens chamaram-se a si mesmos os Parnasianos - e, entre nós, meridionais, que amamos o lavor e o feitio, o brilho, o luxo da forma, exerceram uma influência devastadora. A eles se devem esses estilos delirantes, que tornaram nestes últimos anos a poesia em Portugal uma coisa grotesca e picara.".
Palavras justas? De certo modo. É evidente que grande parte da obra de parnasianos "puros" como Gonçalves Crespo, precursor do simbolismo programático de Eugénio de Castro, pouco nos diz hoje em dia. Há nela uma espécie de mecanicismo do belo em que o sentir e o pensar, mesmo quando afloram através da tessitura orgânica do poema, do "cinzelado", obedecem demasiado rigidamente a preconceitos formalistas, a malabarismos verbais datados e miméticos.
Todavia, nem sempre essa obsessão formalista do belo, ou mais propriamente da beleza, assim exaltada, com maiúscula, como entidade instituída e imitação neo-pagã, prevalece. E é então que, na confluência de tendências várias, se impõe o valor duradoiro de um imaginário lírico contrapondo-se à aridez de uma moda estética passageira. Precisamente neste sentido é que deveremos abordar a obra de António Feijó no seu conjunto. De facto, o poeta assimilou do parnasianismo não a simples mania da beleza, mas o que esse seu lirismo total dele poderia colher e nela poderia transformar. A valorização atual da obra um tanto esquecida de António Feijó no seu conjunto e em especial de SOL DE INVERNO começa pela constatação da sua exemplaridade lírica. Poderá dizer-se que é em breves mas decisivas intuições do que de verdadeiramente novo houve na confluência das tendências da poesia portuguesa em fins do século XIX que está um António Feijó ainda hoje historicamente importante e, pela exemplaridade do seu lirismo, inesperadamente atual.» - (texto retirado da contracapa da obra)

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