Reprodução fac-similada da edição de 1597.

«Quando, vão agora passados vários anos, recebi do Dr. Vasco Graça Moura a sugestão de preparar para a Imprensa Nacional / Casa da Moeda uma edição crítica das Obras completas de Diogo Bernardes, respondi-lhe que tal tarefa não era empresa fácil nem possível a curto ou sequer médio prazo , pelos múltiplos e delicados problemas de crítica textual que, para a levar a bom termo, quem a ela se abalançasse teria de resolver previamente. (...) Propus-lhe então que, no plano de edições a publicar por ocasião da XVII Exposição Europeia de Arte, Ciência e Cultura, se incluísse uma reprodução fac-similada das Rimas várias do poeta do Lima, pois com ela se prestaria um alto serviço aos investigadores, colocando ao seu alcance um instrumento de trabalho, verdadeiramente fundamental para o conhecimento da poesia portuguesa de Quinhentos. Com efeito, enquanto das Várias rimas ao Bom Jesus e d'O Lima, publicados respetivamente em 1594 e 1596, se conhecem exemplares em razoável número e em excelente estado de conservação, daquele terceiro volume da sua obra poética escasseiam penosamente especímenes completos. Na verdade, todos os bibliógrafos são unânimes em sublinhar a extrema raridade das Rimas várias. Nas bibliotecas públicas portuguesas apenas se conhecia até há pouco o da Biblioteca Nacional de Lisboa, que pertenceu à livraria famosa dos Condes de Azevedo-Samodães, e ao qual faltam o frontispício e a fl. 184, substituídas por cópias manuscritas. (...) - (excerto retirado da nota introdutória da obra)